quarta-feira, março 15, 2006

A Verdadeira´Estória de Nada (Parte I - Ele)

"Aquilo que me fizeste não tem perdão. Nunca mais te quero ver na vida. Esquece-me!!!"

Desta vez fiz mesmo asneira da grossa. Não é que fosse mesmo a primeira vez que ia para a cama com outra, mas ser apanhado desta maneira... Nunca mais peço o apartamento do Mário emprestado para nada. Aquele gajo é um delator.
Está alí uma mesa livre... Vou-me sentar. Tenho de pensar como é que vou descalçar esta bota. Tenho de lhe responder à mensagem... Mas o que é que vou dizer?...
Ainda bem que não está mais ninguém aqui. Este sitio ajuda-me a relaxar. É bom para pensar e arranjar uma desculpa plausível para estar no apartamento do Mário com a Carla.
Onde é que se meteu o empregado? Quero beber um whisky. Não é a melhor bebida para tomar às 6 da tarde, mas para mim serve perfeitamente.

"Ana. Eu estava a resolver um problema no computador do mário..."

Não. Ela nunca vai cair nessa. Onde é que se meteu o empregado? Preciso de uma bebida.
Dois anos de namoro por água abaixo. O que é que os pais dela vão dizer... Ainda por cima a mãe dela não morria de amores por mim. A velha é que vai ficar contente com a noticia.

- Boa tarde. Hoje parece estar com cara de quem precisa de um bom whisky.

Dass! Parece que é bruxo! Vou pedir um 12 anos.
A musica aqui é calminha. Gosto desta. Faz-me lembrar as ferias do ano passado, quando fomos para Cuba. Não posso deixar acabar o namoro assim. Até ja estou um bocado arrependido por ter ido para a cama com a Carla.
Aquela que acabou de chegar não pára de gesticular ao telemóvel. Que ridiculo, parece uma peixeira. Logo agora que preciso de calma e tranquilidade tinha de me aparecer uma vendedora da praça. Bem boa... para peixeira a saida justa nem lhe fica nada mal.
Onde é que está o meu whisky? O empregado deve ter ido à Escócia buscar a porcaria do whisky.
Ela é mesmo boa. Fica mesmo sexy assim sentada. O que eu não lhe fazia... Era sentada... era de pé...
Bom... Tenho de telefonar à Ana. Não. É melhor responder apenas à mensagem. Ela de certeza que não me vai atender.
O empregado é parvo. Não me trás o whisky, mas ainda vai atender primeiro a gaja.

"Nita. Sabes que te adoro e que nunca era capaz de te trair..."

Não. Assim também não vou lá.

- Aqui tem o seu whisky. Peço desculpa pela demora.

Sim, sim. Está bem oh parvalhão. Vou é ja dar um grande trago para ver se me vem a inspiração. Que merda de whisky é este? Isto não é 12 anos! Onde é que está o incompetente do empregado?
A gaja olhou para mim... está a sorrir. João caga no whisky e lança-te à gaja.