segunda-feira, junho 04, 2007

Coragem


Ela ia por alí, mas não sabia bem o caminho que havia de percorrer...Então voltou para trás.

Sem dó nem piedade

Mataste-me... sabias?
Aniquilaste os meus sentidos... arruinaste as minhas crenças...
Abalaste todas as fundações do meu ser... da minha existência...
Tornaste a duvida na incerteza e a incerteza no correcto...
Já não existe errado? Não sei... tenho duvidas.
Entraste em mim... tão fundo... tão profundo... que já não me sinto eu.
Sou outra pessoa... outro alguém. Outra vida?... Outra morte?
Abandonaste-me nas nuvens e agora tenho medo de cair... e de descer...
Estou à tua espera. Será que vens?...
Coloco um pé de fora... outro... o corpo todo. Deixo-me pendurado pelas mãos...
Que sensação agradável... maravilhosa... revitalizante...
Porque me mataste?
Foste mais certeiro que uma flecha envenenada. Que doce esse veneno... Que doce esta morte...
Agora só estou seguro por uma mão e deixo-me cair nesta sensação de liberdade...
Estou a voar... Sinto-me a renascer... talvez para morrer de novo... quem sabe...
Mataste-me sem dó nem piedade... Obrigado!

sábado, setembro 02, 2006

O sol já se pôs

O sol já se pôs e já não chove. É noite.... esta fresco... calmo... estou a olhar lá para cima e penso em ti.
Penso em tudo o que fizémos e que fazemos, tudo o que passámos e passamos, tudo o que vivemos antes e agora.
Serei eu dispensável da tua vida?
Não vejo muitas nuvens, pode ser que amanhã esteja bom tempo. Eu gostava muito que estivesse bom tempo...
Será que não precisas de mim?
Esta a ficar um pouco frio, é melhor vestir um casaco. Quando estamos juntos o frio não parece tanto, outras vezes parece interminável, mas eu sei que estás lá para me abraçar.
Será que me vais voltar a abraçar?
Será que continuamos a fazer sentido?
Será que eu e tu ainda somos um?
Será que vale a pena pensar nisto?
Não sei
Só sei que o sol já se pôs.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Juliana

Juliana vendia flores na praça. Flores lindas de todas as cores. Tal como as flores, Juliana era linda. Sem saber como Juliana viu-se num pequeno imbróglio. Estava em casa a preparar as coisas para o dia de labuta quando resolveu limpar uma jarra antiga esquecida lá em casa. Estava cheia de pó. Lembro-me que até espirrou. Enquanto esfregava viu algo estranho acontecer. Apareceu o génio da jarra à Juliana.
Primeiro assustou-se, mas depois ficou mais calma. Ela sabia bem que era possível encontrar o génio da jarra ao limpar, era mais ou menos como encontrar a maçaroca de milho vermelho, o "milho rei". Não acontecia a toda a gente, mas acontecia.
O génio concedeu-lhe 3 desejos e Juliana, aflita disse "Mas eu não tenho 3 desejos..."
O génio concedeu-lhe alguns dias para pensar e ficou lá por casa enquanto ela se decidia. Juliana sempre recebeu muito bem as pessoas em casa dela, mas aquele era o génio da jarra, por isso fez-lhe a cama com a colcha boa e até foi às compras. Não queria que lhe faltasse nada. Até trouxe marmelada daquela que se venda nos hipermercados, mas daquela que é de uma marca conhecida.
O génio viu que juliana era boa pessoa e até insistiu para a ajudar nas lides de casa, afinal era um génio e estava ali para servir e não para ser servido, mas Juliana não deixou, apenas acedeu a que o génio lavasse a loiça uma vez depois de jantar, porque ele insistiu mesmo muito.
Os dias foram passando e o génio até estava com outra cor. Viver dentro de uma jarra não é facil e aquela não deixava entrar muito sol porque era de metal dourado, por isso o génio estava muito pálido quando saiu da jarra, mas agora ja estava melhor.
Juliana falou ao génio da praia que havia perto lá de casa, para a eventualidade de ele querer apanhar algum ar marinho, só lhe faria bem. O génio ainda foi à praia 3 vezes, mas ele era muito sensivel ao sol, não estava habituado, por isso achou melhor deixar de ir.
Chegou o dia de pedir os três desejos. Juliana, aflita disse que ainda não se tinha decidido. O génio disse-lhe que não podia esperar mais, apenas tinha feito um favor especial por Juliana parecer boa pessoa, mas tinha o trabalho todo atrasado e já havia pelo menos mais 5 pessoas a esfregar jarras e ele tinha de aparecer a alguma delas. Por isso Juliana tinha de pedir os 3 desejos nessa mesma hora para o génio poder ir embora. Claro que ele agradeceu a estadia. Gostou muito de ter estado alí em casa numa espécie de miniférias que ele andava tanto a precisar, mas o trabalho é mesmo assim, é cansativo e viver dentro de uma jarra não deve ser tarefa fácil.
Juliana ainda perguntou se não podia esperar mais um bocado, mas o génio disse que não.
Então, Juliana pediu só um desejo.

Sendo assim vou já

Desta vez fizeste mesmo asneira pá. Já te disse que não devias fazer assim... Devias ter mais consciência. Pensar duas vezes antes de fazeres assim. Mas não... tu não quiseste ouvir... Nunca me ouves... Nunca me dás razão. No fundo achas que não tenho crédito, não é isso? Então vai lá e faz assim outra vez. Depois não te venhas queixar. Pronto... Se fizeres asneira cá estou eu. Vá, não te chateies nem fiques triste. Todos erramos de vez em quando. É a vida...
Sabes bem que não sou do género "Bem te avisei", mas tenho de te dizer uma coisa. Na verdade eu já te tinha dito para não fazeres assim. Mas pronto, estou aqui na mesma. Mas eu disse-te.
Pronto eu não falo. Agora só vou ouvir o que tens para dizer. Mas o que é que te deu para repetires o mesmo erro? Não sabias?... Porque?!
Não tens emenda. É sempre a mesma coisa.
Sabes bem que estou aqui para te apoiar e nunca te irei criticar, mas... Não achas que procedeste de uma maneira infantil? Não é uma critica, é apenas uma observação.
Eu até te tinha dito a melhor maneira de fazeres, mas tu continuaste com a tua teimosia e fizeste assim!
Sabes bem que podes contar comigo, mas hoje não posso, nem devo. Afinal ja deves saber resolver as coisas por ti. Já falas... Deixa-me só acabar o raciocínio. Olha estão-me a chamar. Precisas de mim? Não?
Sendo assim vou já.

Tenho dó de mim... de ti... de nós. Tenho dó de tudo o que não vivemos porque temos medo, de tudo o que não fazemos porque achamos que não vai dar certo.
Tenho dó do amanhecer porque cedo se fará noite, do anoitecer porque é triste, mas cedo amanhece.
Dó do verde e do amarelo, pela inocência e pelo sofrimento que significam, do laranja porque cedo apodrece.
Tenho dó de mim... de ti... de nós. Tenho dó daquilo em que me tornaste e daquilo em que te tornei, da minha culpa e da tua.
Dó do ré, do mi, do fá e de todos os outros tons musicais que me tentam a sentir, mas não sinto nada.
Tenho dó do céu e da terra, da lua e do sol, da neve e da chuva por serem tão reais.
Tenho dó de ti porque estás assim e de mim por assim estar. Tenho dó de ti porque te quero feliz e de mim porque não consigo dizer essa palavra, embora a sinta algumas vezes, talvez até demasiadas, o que me faz sentir dó de quem não a sente, mas também dó de mim por não ter coragem para admitir.
Tenho dó de mim quando canto, quando choro, quando rio, quando quero e quando não. Tenho dó porque se canto não chega, se choro é demais, se rio talvez não devesse e porque não sei sei o que quero ou não.
Tenho dó do átomo porque é instável e do tempo porque é estável demais.
Tenho dó da minha garganta porque não tem forças para dizer e da tua porque já disse.
Tenho dó de mim... de ti... de nós.Tenho tanto dó que não consigo cantar outra nota.

quarta-feira, abril 19, 2006

A Verdadeira Estória de Nada (Parte IX - O início II)

(Ricardo; Bruno; Silvia; o empregado e namorada Rita; Sara e o ex-namorado Rogério encontram-se em frente à casa que vinha mencionada na carta. Ficam todos bastante surpreendidos por se encontrarem, afinal todos se conhecem, nem que seja de vista. Uns vêem-se todos os dias, outros só se viram uma vez na vida, mas sempre ouviram falar dos outros. Era muito estranho o sorteio para este reality show.)

Rogério: Bem... Pelo menos não temos de travar conhecimentos.
Rita: Já não te via há tanto tempo. Que tens feito?
Rogério: Tenho-me arrependido do que fiz. Acho que já é bastante.
Sara: Coitadinho. Não tarda nada nascem-te umas asas. Que anjinho que ele é.
Rita: Não vale a pena entrarmos em discussões, não é?
Rogério: Tens toda a razão.
Sara: Pela primeira vez desde há semanas estamos os dois de acordo.
Bruno: Então também está por aqui?
Empregado: Pois...
Ricardo: É sua namorada?
Rita: Sim.
Bruno: Então pelos vistos o bar hoje está fechado.
Empregado: Não. Deixei alguém a substituir-me.

Façam favor de entrar. As portas para uma nova aventura vão abrir. A partir deste momento são concorrentes do reallity show mais emocionante de todos os tempos. Façam favor de entrar.
Sentem-se, há lugar para todos.

(Depois de assistirem a uma apresentação fantástica sobre o concurso a voz que se ouve em toda a casa dá início a uma sessão de perguntas)

Rogério: A única coisa que ficámos a saber é que o concurso se chama A Verdadeira Estória de Nada...

Isso foi propositado, uma vez que queremos que sejam vocês a descobrir o concurso aos poucos. Passo a passo.

Rita: Quanto tempo dura o concurso?

Depende de vocês... Pode durar um dia ou vários meses.

Empregado: Eu trabalho. Não posso ficar por tanto tempo...

Não se preocuem com o tempo. O tempo é tão relativo... De qualquer das formas temos tudo organizado para que não haja prejuizos nos vossos trabalhos nem nos vossos salários.

Bruno: Parece-me bem.
Ricardo: Não sei. Isto é tudo muito estranho.

A ideia é que vocês descubram este concurso por vocês. O público em casa já conhece os trâmites do jogo, mas para que as coisas corram da melhor forma, os concorrentes não podem saber tudo logo de início. Aliás, descobrir o concurso faz parte do jogo e é também uma das formas de achar o vencedor.
A primeira tarefa que vos vamos indicar é uma decisão em grupo. Se todo o grupo decidir ficar, o jogo começa e as portas fecham-se, se houver uma única pessoa que não queira participar, teremos de chamar o grupo de supelentes.
Têm 5 minutos a partir deste momento para decidir.

Rogério: Eu gostei da ideia.
Sara: Não sei. Ter de ficar fechado na mesma casa com certas pessoas não me é muito agradável.
Rita: O que vocês decidirem por mim está bem. Sara, não comeces, até pode ser que seja uma boa oportunidade de resolverem as coisas e de conversarem.
Silvia: A rita tem razão. Por mim ficamos.
Empregado: Eu gostava de jogar.
Rita: O meu Pituchinho está muito aventureiro... Se soubesses a vontade que isso me dá...
Empregado: Parece-me que há muitos quartos nesta casa, podemos ir para um só nós dois.
Bruno: Eu quero jogar.
Ricardo: Hmm... Não sei.
Bruno: Deixa de ser um corte. Não queres que as pessas vão para casa por tua causa.
Ricardo: Pronto... não vai ser por minha causa que não se joga.
Rogério: Estamos todos de acordo?
Bruno: Parece-me que sim. Diz lá à voz que aceitamos jogar.

Não será necessário. Já percebemos que querem jogar.
Que se fechem as portas e comece o jogo. Às 20 horas em ponto voltaremos a entrar em contacto. Até lá.

A Verdadeira Estória de Nada (Parte VIII - O início)

"Ex.mo(a) senhor(a):
É com muito gosto que a naDA. Produções convida v. ex.ª para participar no reallity show mais revolucionário de todos os tempos. Neste concurso só pode haver um vencedor, é cada um por sí e todos pelo mesmo. O prémio final tem um valor incalculável.
Por favor compareça nas nossas instalações seguindo as instruções que lhe apresentamos em anexo junto ao endereço. Será que se vai arrepender se não vier?
Atentamente
naDA. Produções"
Que estranho... não concorri a nada... mas parece ser engraçado. Vou telefonar ao Ricardo a contar.
Bruno: Estou. Morzito. Nem imaginas o que recebi pelo correio...
Ricardo: Não me digas que também recebeste um convite para participar num concurso.
Bruno: Também? Isso significa que também recebeste?
Ricardo: Sim e não quero saber dessa merda para nada.
Bruno: Oh! Não sejas assim. Há tempos disseste que precisavas de aventura... isto é a melhor aventura que podes ter. Vamos lá ver o que é e se não gostares vimos os dois embora e vamos para tua casa fazer aquelas coisas que sabes que eu gosto...
Ricardo: És mesmo tarado. Doido... Está bem. Mas nem penses que me vais convencer a participar. Só vou lá ver o que é. Depois podemos vir para minha casa.
Bruno: É por isso que te amo tanto.
Ricardo: Até logo.
Bruno: Até logo.
Silvia: Sara, Acabei de receber um convite para um concurso.
Sara: A sério? Eu também.
Silvia: Vamos as duas?
Sara: Claro.
Silvia: Mas eu pensei que nestes concursos as pessoas não podiam conhecer os outros concorrentes.
Sara: Não ligues. Se perguntarem dizemos que nos conhecemos de vista.
Silvia: Ok
Sara: O Rogério também recebeu um convite.
Silvia: Que engraçado...
Sara: Assim fica tudo em familia.
Silvia: Pois... Bem... tenho de ir estudar. Não é facil tirar um mestrado, por isso vou-me colar aos livros.
Já enviei os convites... a esta hora alguns devem estar a pensar se virão ou não, outros entusiasmados com a ideia e outros a pensar que não vêm. Coitados.... No final todos cá virão. O jogo vai começar.
Sandro: Estou... Ricardo...
Ricardo: Sim.
Sandro: Amanhã queres ir tomar um copo ao bar?
Ricardo: Depende... No final tinha umas coisas combinadas com o Bruno por causa de um concurso.
Sandro: Um concurso?...
Ricardo: Sim. Eu e o Bruno recebemos uma carta de uma produtora para participarmos num reallity show. Claro que o Bruno ficou cheio de vontade de participar, sabes como ele é, mas eu só vou ver por curiosidade. depois venho-me embora.
Sandro: Estás parvo? Participa. Os prémios desses concursos são sempre muito altos e... tu bem que estás a precisar de dinheiro.
Ricardo: Se calhar tens razão.
Sandro: Também gostava de ter recebido uma carta dessas. Não tenho sorte nenhuma...
Ricardo: Se quiseres dou-te a minha. Não me parece que eles saibam bem quem eu sou.
Sandro: Não. A sorte calhou-te a ti. Eu fico na tua claque a apoiar. Depois diz-me quando começa para eu organizar umas cenas fixes para a televisão. Vou por o bairro todo a torcer por ti.
Ricardo: Eu não conheço ninguém no bairro a não ser tu e o Bruno.
Sandro: Isso não interessa. Vais ser famoso. Nem imaginas a quantidade de gente que vai dizer que te conhece desde pequenino.
Ricardo: Pois... Acredito...
Sandro: Então depois diz qualquer coisa. Fica bem.
Ricardo: Tchau

segunda-feira, abril 10, 2006

A Verdadeira Estória de Nada (Parte VII - A verdadeira estória)

"A verdadeira estória de naDA. Silvia"

«Oh! Meu Deus.... Vou telefonar já para a polícia.
Estou? Acho que recebi notícias dela.... Despachem-se por favor.»

Inspector Relvas: Quando foi a última vez que esteve com ela...
Mãe: Já lá vão dois anos. Depois de ela acabar a faculdade nunca mais tive notícias dela. Não sei onde ela possa estar. O que se passa senhor agente?
Inspector Relvas: Para já nada. Mas o senhorio ligou a dizer que ela já não paga a renda há dois meses e não sabe dela. Nem os amigos.
Mãe: Não acredito... A Silvia sempre foi boa pagadora. Estou a ficar preocupada.


Inspector Relvas: Ainda não sabemos de nada minha senhora... Lamentamos... Mas assim que soubermos vamos contactar-vos.
Mãe: Eu não aguento. O que é feito da minha Sara...
Pai: Calma. A Sara é crescidinha. Ela sabe o que faz.
Mãe: Ela nunca esteve tanto tempo sem dizer nada. Que Deus a proteja.
Pai: Não chores... calma.
Inspector Relvas: Nós vamos voltar para a esquadra. Qualquer novidade comunicamos. Façam o mesmo por favor.

Andreia: Relvas! Acabei de saber que o senhorio da Sílvia telefonou a dizer que recebeu um bilhete estranho e estava assinado por ela.
Inspector Relvas: Vamos!

Aqueles ainda estão vivos. Que estranho... já deviam estar redondos no chão como os outros. Não entendo.
Vamos brincar mais um bocadinho... Onde está o microfone? Ah! aqui está. Olá meninos. Estão-se a divertir? Não olhem para mim com essa cara. Este é o melhor reality show que já ví até hoje. Têm fome? Oh! Claro que têm. Que carinhas esfomeadas... Eu mandava-vos um hamburguer igual ao que estou a comer agora, mas pode estar envenenado... ahahahah. Não olhem assim para mim... O nosso amigo bruno comeu porque quis. Além disso, pelo menos não morreu com fome. Morreu feliz...
Como eu gostava de ouvir as vossas vozes neste momento... Parece que estão a gritar. Assim não podemos conversar. Mas voces sabem que eu adoro conversar convosco. Por isso já mandei arranjar o sistema de som. Não se preocupem. Temos muito tempo...
Ainda bem que vocês ainda estão vivos. Ia sentir uma extrema solidão se já não tivesse mais ninguém com quem falar. Vocês são fenomenais. Amigos.
Agora voces devem-se estar a perguntar o que é que eu quero desta vez. Eu hoje estou um bocado tagarela e com muito boa disposição e acabei por me distrair.
O que eu quero é que vocês tenham uma boa refeição. Lá em baixo, onde estão os vossos amiguinhos está uma mesa cheia de comida. Eu sei que não é propriamente o melhor sítio para deixar comida, mas foi a melhor forma de manter as audiências... Vocês vão ter de ir lá abaixo buscar a comida. Cada um dos vossos amigos tem uma pequena oferenda para vós. Aproveitem. Ah! Quase me esquecia. Um de vós foi nomeado e eu já sei quem foi, mas só vou dizer quando os microfones estiverem bons de novo. Afinal de contas quero saber qual foi a reacção da pessoa nomeada da própria boca. Aproveito para vos garantir que a comida não está envenenada. Podem acreditar. Alguma vez vos enganei?

Inspector Relvas: Assinado? Isto está tudo escrito a computador... tu disseste que estava assinado.
Andreia: Foi o que o senhoria disse. Está aí o nome dela. Ele pensa que foi ela.
Inspector Relvas: De qualquer das formas é exactamente igual aos outros. Apenas muda o nome. Já conseguiste saber alguma coisa do laboratório?
Andreia: Nada. Apenas que existe alguma mensagem escondida por trás do que está escrito no papel.
Inspector Relvas: Estou cada vez mais baralhado. E não gosto nada de estar baralhado. Ainda por cima calha-me uma estagiária na rifa para um caso destes. Que raiva!
Andreia: Acho melhor nem comentar. A partir de hoje trato-te por Inspector aliás, por sua excelencia. Fique sua excelência a saber que fiquei ofendida consigo, percebeu senhor inspector?.
Inspector Relvas: Deixa-te de coisas. Jantamos em tua casa?
Andreia: Não. Vais jantar a casa da tua mãmã.
Inspector Relvas: Pronto Vai fazer birra agora.

quarta-feira, março 29, 2006

A Verdadeira Estória de Nada (Parte VI - A Vingança)

Sara: Acabei de entrar num bar. Está mesmo calminho. Vou beber um whisky.
Silvia: Sara, mas tu não bebes.
Sara: Hoje bebo. Ele está num hotel a foder com uma pindérica qualquer. Claro que tenho de beber.
Silvia: Não faças isso. Olha, queres vir até cá a casa? Fumamos um charro, jantas cá e passamos a noite a falar mal dele. Amanhã acabas com ele.
Sara: Não. Obrigado amiga. Hoje prefiro a vingança.
Silvia:O que é que vais fazer?
Sara: Não te preocupes. Não vou fazer nada que me arrependa depois. Mas hoje vingo-me daquele cabrão.
Silvia: Tem calma amiga.
Sara: Não te preocupes. Telefonei-te para falar um bocado. Vou-me sentar numa mesa e beber.
Silvia: Mas eu ficava menos preocupada se viesses até minha casa.
Sara: Não. Hoje não. Tenho de me vingar. Não fiques preocupada. Vai lá estudar. Beijinhos e obrigada por me teres ouvido.
Silvia: Beijinhos. Vê lá o que vais fazer.

Hoje vou-me vingar daquele cabrão. Ele vai ver o que é bom. Vou-lhe por os cornos com o primeiro que me aparecer.
Ora está ali mesmo a vitima. Com ar de indeciso.... Que patético... Não larga o telemovel.

Empregado: Boa tarde. O que vai tomar?
Sara: Um whisky.

Faço-lhe olhinhos... dou-lhe dois sorrisos... realço o decote e ele vai ficar em brasa...
Já está a olhar.
Isso parvalhão. Olha... Olha bem... Tu não sabes, mas hoje és a presa... Quem te vai comer sou eu.

Empregado: Aqui está o seu whisky.

Hmmm... Aqui servem um bom whisky... Parece velho. Às tantas o empregado também me está a tentar saltar em cima. Não me admirava nada. Os cabrões dos homens são todos iguais...
Mais um sorriso... Isso aproxima-te... Vem à mamã.

Carlos: Boa tarde... Posso me sentar?
Sara: Não sei... Não costumo falar com estranhos...
Carlos: Estamos os dois a beber whisky às 7 da tarde... Parece-me que temos algo em comum. Por isso não smos estranhos.
Sara: Esta bem... Conseguiu o bilhete para se sentar, mas isso não indica que tenha conseguido o bilhete para permanecer sentado.
Carlos: O meu nome è Carlos. Posso-lhe perguntar o seu?
Sara: Maria.
Carlos: Muito prazer Maria.

Meia hora de conversa e vais fazer um convite para irmos jantar. Digo-te que sou directora de uma empresa e que adoro andar nua em casa. Vais ficar a achar que sou a mulher fatal. Coitadinho. Tótó.

Carlos: Maria posso convidá-la para jantar?
Sara: Só se me tratares por tu...
Carlos: Prometo.
Sara: Então pode ser. Não me apetece jantar sozinha de qualquer das formas...
Carlos: Vou só enviar uma mensagem... É só um momento.
Sara: Para a tua namorada?
Carlos: (atrapalhado) Não. Para um amigo que vinha aqui ter. Vou-lhe dizer que combinamos outro dia. Tenho coisas mais importantes para fazer.
Sara: Que simpático... És sempre assim?
Carlos: Só quando estou com pessoas que merecem a minha simpatia.

Já estás apanhado. Amanhã quando te aperceberes que desapareci e que apenas te usei por uma noite vais-te sentir o verdadeiro palhaço.
Porque é que isso não me faz sentir melhor?...

A Verdadeira Estória de Nada (Parte V - Umas portas fecham outras abrem)

Que desilusão... Ele não me podia ter feito isto... dois anos de namoro e agora encontro-o na casa do amigo com aquela vaca. Não acredito nisto. Os meus pais gostavam dele... A minha mãe odiava-o de morte, se calhar já estava a prever.
Com aquela puta... Ai que raiva!
Normalmente quando nos chateamos ele manda-me uma mensagem, mas desta vez nem isso fez. Ainda bem que não o fez... eu não lhe ia responder! Mas ao menos podia tentar pedis desculpa. É mesmo parvo. Como é que eu fui capaz de o aguentar tanto tempo...
Eu amo-o... Não acredito nisto...
Uma mensagem. Deve ser ele...
"Ana. Tens razão. Não sou homem para ti. No fim de semana devolvo-te as tuas coisas. Xau."
Como é que ele me pôde fazer isto? Nojento! Não és homem para mim. Pois não. Ainda bem que não fomos em frente com o casamento...
Eu amo-o... Como eu queria que nada disto tivesse acontecido... Porque é que ele tinha de ser assim?... Porque é que ele me enganou?... Porque é que ele me fez tantas promessas?...
Vou ligar à Rita...
"Ligou para Rita Alves. De momento não posso antender. Deixe mensagem. Contactá-lo-hei assim que possivel. Obrigado"
Que merda! Coitada deve estar a trabalhar... ou deve estar com o namorado... Pelo que ela me conta o namorado é tão compreensivo. Quem me dera namorar com alguem assim...
Detesto aquele traidor, cabrão, filho da puta, pila pequena, nem conseguem dar uma em condições.
Mesmo assim eu amo-o...
Vou sair... Caminhar.
Nem vou levar carteira. Vou mesmo assim.
Detesto esta planta... Tenho de dizer à porteira para a por noutra porta.
Ops... A porta do elevador fechou. Vou neste.
Que seca. detesto ficar à espera do elevador... Bem... hoje estou mesmo para detestar tudo. Que engraçado... apetece-me rir. Acho que estou a ficar doida. Até que enfim chegou.
Sandro: Por favor segure a porta.
Ai. não me apetecia nada companhia, mas pronto. Tens uns sapatos giros e uma cara engraçada.
Ana: Concerteza.
Sandro: Detesto ficar à espera do elevador.
Ana: (solta uma gargalhada)
Sandro: Não sabia que isso tinha tanta piada.
Ana: Desculpe, não me estou a rir de si. Estou-me a rir de mim.
Sandro: Isso é bom... É sinal que é optimista.
Ana: No fundo sim. No fundo acho que quando uma porta fecha, abre-se logo outra a seguir...
Sandro: O meu nome é Sandro. Não tenho nada para fazer. Ia apenas dar uma caminhada. Pensar na vida... Se me quiser fazer companhia...
Ana: O meu nome é Ana. Também não tenho nada para fazer....

Agradecimento

Porque existes;
Porque, ainda que longe,
Estás sempre ao meu lado;
Porque te quero;
Porque te amo;
Porque te sinto
E sei que me sentes;
Porque me fazes feliz;
Porque nos chateamos;
Porque fazemos as pazes;
Por serer tu...

OBRIGADO.

sexta-feira, março 24, 2006

A Verdadeira Estória de Nada (Parte IV - Silvia)

28 anos. Alta, Morena, com umas tetas tesinhas e lindas. Sou a melhor puta da cidade.
Pensa melhor Silvia... Não te tentes enganar. Estás nesta vida porque não tinhas dinheiro para pagar o curso... Mas que sou boa, isso sou.
Não gosto nada deste baton. Vou usar este.
Ai! Adorava encontrar aquele gajo giro com cara de executivo. Encontro-o sempre no elevador. Merda! Estou atrasada. O parvalhão está à minha espera no hotel. Ele paga bem não me posso atrasar.
Não acredito. Agora é o telefone... A Sara a esta hora? Pnesei que ela estivesse a trabalhar...

Sara: Silvia... estás ocupada?
Silvia: Não. Nada disso. Estva me a preparar para ir... estudar.
Sara: O Rogério tem outra!
Silvia: Outra?
Sara: Sim. Outra ou outras. Não sei. Mas vou descobrir tudo. Ele não perde pela demora.
Silvia: Como é que sabes?
Sara: Descobri uns números de telefone. Umas roupas com perfume rasca e marcas de baton.
Silvia: Que clássico. Desculpa eu sei que não tem piada nenhuma.
Sara: Por acaso até tem. De repente sinto-me a protagonista de uma das músicas da Ágata.
Silvia: Sara... Não me faças rir. O caso é sério.
Sara: Acabei de entrar num bar. Está mesmo calminho. Vou beber um whisky.
Silvia: Sara, mas tu não bebes.
Sara: Hoje bebo. Ele está num hotel a foder com uma pindérica qualquer. Claro que tenho de beber.
Silvia: Não faças isso. Olha, queres vir até cá a casa? Fumamos um charro, jantas cá e passamos a noite a falar mal dele. Amanhã acabas com ele.
Sara: Não. Obrigado amiga. Hoje prefiro a vingança.
Silvia:O que é que vais fazer?
Sara: Não te preocupes. Não vou fazer nada que me arrependa depois. Mas hoje vingo-me daquele cabrão.
Silvia: Tem calma amiga.
Sara: Não te preocupes. Telefonei-te para falar um bocado. Vou-me sentar numa mesa e beber.
Silvia: Mas eu ficava menos preocupada se viesses até minha casa.
Sara: Não. Hoje não. Tenho de me vingar. Não fiques preocupada. Vai lá estudar. Beijinhos e obrigada por me teres ouvido.
Silvia: Beijinhos. Vê lá o que vais fazer.

Ai! Não acredito nisto. Estou toda a tremer. Será que ela vai ficar à espera dele no hotel? Hoje vou mesmo ficar em casa.
Tenho de telefonar ao parvalhão a dizer que não vou.

Sara: Estou? Rogério? Não posso ir ter contigo ao hotel. Surgiu um imprevisto e vou ter de ficar em casa. Adeus. Telefona-me outro dia... Mas não penses que te faço desconto por isto.