domingo, junho 05, 2005

Loucos Posted by Hello

sábado, junho 04, 2005

Duas m�os Posted by Hello

quarta-feira, junho 01, 2005

Saga de uma alma sem rumo ( Parte I )

Ele caminhava na rua enquanto fumava um cigarro e pensava. Já estava tudo fechado, não havia pessoas na rua. Que calma... Era bom sentir que na cidade também existia calma. Sentia-se cansado, há horas que caminhava sem objectivo concreto.
O cansaço fazia-lhe pesar ainda mais os 56 anos e as toneladas de cigarros que já tinha fumado desde os 15, "Tenho de deixar de fumar! Isto só me deixa sem fôlego, mais nada" – pensava.
Nesse dia tinha-se chateado com a filha mais velha que tinha teimado em casar com um ex-toxicodependente. Pensava se essa atitude não era uma forma de o afrontar. Que futuro teria ela, uma futura médica com um drogado que nem emprego tinha. Foi por causa da discussão que tinha saído de casa, para estar sozinho, para pensar.
Sentiu umas pontadas no peito "Os pulmões estão-se a queixar, se calhar é melhor parar por um bocado". Parou. Instantaneamente caiu no chão, ninguém o pode ajudar, estava isolado no meio da principal rua da cidade. Que ironia, se tivesse sido de dia não faltariam pessoas a rodear para ver o que se passava, mas era tarde na noite e não havia ninguém.
Aos poucos foi perdendo os sentidos. Ali ficou deitado durante algum tempo. Quanto? Ninguém sabe, nem ele mesmo.
Abriu os olhos. Sentou-se no chão e abanou a cabeça. Não percebia o que se tinha passado, " desmaiei, tenho mesmo de deixar de fumar." Levantou-se e começou a caminhar. Tinha de procurar um hospital ou encontrar alguém, mas era tarde e não havia vivalma na rua. Caminhou, seguiu o rumo, mas à medida que avançava para o destino a cidade parecia cada vez menos aquela onde vivia, agora era um campo verdejante onde havia um lago e árvores. Uma paisagem maravilhosa, "Deve ser um novo parque na cidade, tenho de trazer aqui a minha família". Como não encontrava o caminho para o hospital achou que seria melhor telefonar para as urgências, provavelmente tinha lesionado a cabeça na queda. Procurou o telemóvel e não o encontrou, devia ter ficado no sítio onde desmaiou. Continuou a caminhar e já nem se sentia cansado, nem vontade de fumar, que estranho.
Caminhou horas infindáveis mas não se apercebia do tempo a passar, ás vezes ouvia vozes que choravam e o chamavam, isto era provavelmente provocado pela queda que tinha dado nessa noite.
Não conseguia sair do parque novo da cidade, seguia todos os caminhos e não encontrava a saída. A situação ficava cada vez mais estranha e ele com cada vez mais medo de ter sofrido uma lesão a sério, já tinha ouvido a filha falar nisso. A filha... porque é que ela teimava em casar com o drogado? "Se ela assim quer, assim seja". Resolveu que não ia importunar mais a filha com o casamento, ela que fosse feliz. Agora apenas queria ir ao hospital e depois falar com a família, mas não havia maneira de sair daquele parque.
Foi então que apareceu um sujeito vestido com cores garridas que lhe disse "Sê bem-vindo, agora estás em casa".
Ele riu-se do homem, que apenas se percebia que era homem pela voz, de resto parecia um híbrido másculo-feminino.
O homem com ar compreensivo olhou-o nos olhos e pediu-lhe para o acompanhar. Ele sentiu algo estranho, sentiu-se impelido a segui-lo como se fosse superior à sua própria vontade e assim fez, acompanhou o homem/mulher de cores garridas.
No dia seguinte a família chorou o seu funeral.

Coisas Simples

Descascar uma laranja; apertar os sapatos; beber chá; esperar uma consulta no consultório médico; amar; estar apaixonado; ver um filme; ser amigo; ajudar os outros; pedir ajuda; sair à noite, beber; a ressaca do dia seguinte; estar de pé, deitado ou em bicos de pés; fazer o pino; cantar; ser sincero; gostar de mim; saber as minhas limitações; comer chocolate; ser modesto; fazer exercício físico; ter um emprego; saber que consigo; saber que tenho de me esforçar; estar preparado para perder; chorar; ultrapassar algo que me fez sofrer; o tempo; uma dor de dentes, uma ida ao dentista; fazer reciclagem; usar ou não perfume; escolher entre ir ao cinema ou ao teatro; estar contente; ser feliz; VIVER.


Então porque é que é tão complicado?

VIVER MATA Posted by Hello