quarta-feira, março 29, 2006

A Verdadeira Estória de Nada (Parte V - Umas portas fecham outras abrem)

Que desilusão... Ele não me podia ter feito isto... dois anos de namoro e agora encontro-o na casa do amigo com aquela vaca. Não acredito nisto. Os meus pais gostavam dele... A minha mãe odiava-o de morte, se calhar já estava a prever.
Com aquela puta... Ai que raiva!
Normalmente quando nos chateamos ele manda-me uma mensagem, mas desta vez nem isso fez. Ainda bem que não o fez... eu não lhe ia responder! Mas ao menos podia tentar pedis desculpa. É mesmo parvo. Como é que eu fui capaz de o aguentar tanto tempo...
Eu amo-o... Não acredito nisto...
Uma mensagem. Deve ser ele...
"Ana. Tens razão. Não sou homem para ti. No fim de semana devolvo-te as tuas coisas. Xau."
Como é que ele me pôde fazer isto? Nojento! Não és homem para mim. Pois não. Ainda bem que não fomos em frente com o casamento...
Eu amo-o... Como eu queria que nada disto tivesse acontecido... Porque é que ele tinha de ser assim?... Porque é que ele me enganou?... Porque é que ele me fez tantas promessas?...
Vou ligar à Rita...
"Ligou para Rita Alves. De momento não posso antender. Deixe mensagem. Contactá-lo-hei assim que possivel. Obrigado"
Que merda! Coitada deve estar a trabalhar... ou deve estar com o namorado... Pelo que ela me conta o namorado é tão compreensivo. Quem me dera namorar com alguem assim...
Detesto aquele traidor, cabrão, filho da puta, pila pequena, nem conseguem dar uma em condições.
Mesmo assim eu amo-o...
Vou sair... Caminhar.
Nem vou levar carteira. Vou mesmo assim.
Detesto esta planta... Tenho de dizer à porteira para a por noutra porta.
Ops... A porta do elevador fechou. Vou neste.
Que seca. detesto ficar à espera do elevador... Bem... hoje estou mesmo para detestar tudo. Que engraçado... apetece-me rir. Acho que estou a ficar doida. Até que enfim chegou.
Sandro: Por favor segure a porta.
Ai. não me apetecia nada companhia, mas pronto. Tens uns sapatos giros e uma cara engraçada.
Ana: Concerteza.
Sandro: Detesto ficar à espera do elevador.
Ana: (solta uma gargalhada)
Sandro: Não sabia que isso tinha tanta piada.
Ana: Desculpe, não me estou a rir de si. Estou-me a rir de mim.
Sandro: Isso é bom... É sinal que é optimista.
Ana: No fundo sim. No fundo acho que quando uma porta fecha, abre-se logo outra a seguir...
Sandro: O meu nome é Sandro. Não tenho nada para fazer. Ia apenas dar uma caminhada. Pensar na vida... Se me quiser fazer companhia...
Ana: O meu nome é Ana. Também não tenho nada para fazer....